"Senhor,
aqui estou eu; aceita a minha pobreza!
Papa Francisco nos convida a não ter
medo da fraqueza nem da miséria, porque Deus é paciente, nos ama e nos espera
Por Antonio Gaspari
ROMA, 09 de Abril de 2013 (Zenit.org) - "Queridos irmãos e irmãs,
deixemo-nos envolver pela misericórdia de Deus; confiemos na Sua paciência, que
sempre nos dá tempo. Tenhamos a coragem de voltar para a sua casa, de morar nas
feridas do seu amor, deixando-nos amar por Ele; de encontrar a sua misericórdia
nos sacramentos. Sentiremos a sua ternura, sentiremos o seu abraço e poderemos
nós também ter mais misericórdia, paciência, perdão, amor".
Foi assim que o papa Francisco encerrou a homilia da missa deste domingo
na basílica de São João de Latrão, quando assumiu a cátedra de bispo de Roma.
No segundo domingo da Páscoa, dedicado à Divina Misericórdia, o papa falou de
Deus, que "nos pega pela mão e nos sustenta, nos eleva, nos guia".
Francisco explicou a paciência de Deus comentando o caso de São Tomé,
que queria colocar a mão nas feridas dos pregos e no lado de Cristo. Diante de
tanta incredulidade, Jesus "não abandona o teimoso, mas lhe dá uma semana
de tempo; não fecha a porta, mas espera".
Tomé reconhece a sua pobreza, a sua falta de fé, e responde à paciência
de Jesus deixando-se envolver pela misericórdia de Deus, reencontrando a
confiança e tornando-se um homem novo.
Mesmo São Pedro, continuou o papa, negou Jesus três vezes, mas Cristo
disse: "Pedro, não tenhas medo da tua fraqueza. Confia em mim". Pedro
entende, sente o olhar de amor de Jesus e chora.
O bispo de Roma destacou que o olhar de Jesus é bom e terno; nunca
devemos, por isso, perder a confiança na paciente misericórdia de Deus.
Francisco continuou recordando a história dos dois discípulos de Emaús:
"Um rosto triste, um caminhar vazio, sem esperança. Mas Jesus não os
abandona: Ele percorre a estrada junto com eles, pacientemente explica as
Escrituras que se referiam a Ele e compartilha com eles a refeição".
Segundo o papa, Deus é paciente conosco porque nos ama, e quem ama
compreende, espera, dá confiança, não abandona, não corta os vínculos, sabe
perdoar (...) Deus nos espera sempre, mesmo quando nos afastamos. Ele nunca
está longe, e, quando voltamos para Ele, está pronto para nos abraçar".
O bispo de Roma contou que sempre se impressiona muito com a leitura da
parábola do filho pródigo. O filho se perdera no mundo, e o pai, com paciência
e amor, com esperança e misericórdia, não deixou de pensar nele um instante que
fosse. Tão logo o vê, ainda longe, já corre em sua direção e o abraça com
ternura, a ternura de Deus, sem uma palavra de censura. Ele está de volta! Deus
está sempre nos esperando, nunca se cansa".
Para o papa Francisco, porém, é decisivo responder à paciência de Jesus
com a coragem de voltar para Ele, sem medo "de nenhum erro, de nenhum
pecado que exista em nossas vidas", porque, através das suas feridas e
chagas, Jesus revela o imenso amor do seu coração.
O pontífice contou que, como confessor, já ouviu diversas vezes:
"Padre, eu tenho muitos pecados". E o convite que sempre fez é este:
"Não se preocupe. Ele está esperando por você. Ele vai fazer tudo". E
prosseguiu: "Para Deus, nós não somos números. Somos importantes. Mais do
que isto: somos o que Ele tem de mais importante. Mesmo pecadores, somos o que
ele mais ama".
Francisco explicou que fomos curados pelas feridas de Jesus: "Na
minha vida pessoal, eu já vi tantas vezes o rosto misericordioso de Deus, a sua
paciência... Vi em muitas pessoas a coragem de entrar nas chagas de Jesus e
dizer: Senhor, aqui estou eu, aceita a minha pobreza, esconde nas tuas feridas
o meu pecado, lava-o com o teu sangue. E sempre vi Deus fazendo isso: acolher,
consolar, lavar, amar".
Fonte: ZENIT
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