terça-feira, 31 de dezembro de 2013

NOITE FELIZ...

Os sinos tocam as luzes são todas acesas em nossas cidades, tudo fica mais belo e cantamos GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS POR ELE AMADOS...

É Natal... Como não se encantar com tão grande beleza? Como não nos prepararmos para tão grande festa? Desta forma a Igreja se preparou quatro semanas para este grande evento que toda a humanidade, e de forma bem especial os Cristãos, para a noite do mistério insondável, de um Deus tão maravilhoso que vendo o sofrimento da humanidade que andava nas trevas decide por amor enviar o seu próprio Filho Jesus para viver em nosso meio.

A festa do Natal para nós não é um acontecimento qualquer, mas a manifestação do amor de Deus sobre todos nós. Com a escolha de Maria para ser a mãe do Senhor a humanidade ganha uma dignidade grandiosa, pois vendo a pequenez de sua serva, o Senhor faz nela grande maravilhas e todas as gerações a chamarão bem aventurada ( Lc 1,26-57).

Desta forma, Maria se transforma no tabernáculo de Deus, a nova arca da Aliança que outrora no Antigo Testamento trazia objetos e só poderia se carregada pela tribo de Levi, os levitas, agora é Maria quem carrega não mais símbolos, mas o próprio Deus, Filho, tornando-se a portadora da graça maior, JESUS.

Na manjedoura de Belém todo a humanidade é chamada a contemplar o Mistério do amor maior... Como pode ser um Deus tão Grande vir nos visitar? E não só, como pode um Deus tão grande se tornar tão pequeno ao ponto de assumir a condição humana se deixando cuidar por tão pequenos? Só na fé podemos compreender esse mistério, só mergulhando neste amor e nos deixando sentir amados por Ele podemos nos deixar encher da Luz do Céu como fez Maria.

Desta forma caro leitor, podemos dizer que o Natal é muito mais que simples luzes e presentes, que não deixam ser importantes, mas é a manifestação da graça total de Deus sobre a vida humana.

Que possamos celebrar a festa de Natal que vai da noite do dia 24 até a festa de Reis com o coração cheio de paz, procurando nos reconciliar com aqueles que as nossas relações estão abaladas, isso na família, no trabalho, enfim com todos.

Que a noite de Natal seja uma renovação em nossas vidas e possamos iluminados pela a luz que brilhou para toda a humanidade nos deixar iluminar para também nos sermos luz para os outros.

Celebrar o Natal é se deixar tocar pelo Senhor Jesus para que Ele nos faça renascer todos os dias para vislumbrar sempre um mundo novo cheio de esperança e de paz. Mas para que tudo isso aconteça se faz necessário que eu e você nos coloquemos verdadeiramente ao lado da manjedoura de Belém e aprendamos com o gesto de Deus a também nos colocarmos a serviço um do outro. Feliz Natal e um ano novo cheio de muita fé, esperança e amor.
Publicado no Jornal O Monitor.

Fiel no pouco!

Pe. José Émerson

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A BELEZA DO NATAL EM MEIO AO FINAL DE ANO...

É sempre assim, todos os finais de ano, nos preparamos para a festa do natal e a virado do ano. Parece até que tudo se renova, as nossas ruas são enfeitadas de luzes e cores e buscamos arrumar as nossas casas, tudo parece se transformar em meio ao tempo.

Muitos se preparam para as compras, pois as vitrines das nossas lojas se enchem de um verdadeiro e estonteante clima de festa. Tudo fica mais belo mais claro. As esperanças parecem se renovar. Na economia se injetam milhões através dos décimos terceiros recebidos, o número de vagas de empregos aumentam, e como num quase que a fantasia muitos se dão as compras de forma desordenada acordando no primeiro dia do ano novo com compromissos para o ano inteiro. Que bom! É Natal!

Mas o que realmente significa no natal? O por que de tantas luzes e cores? O por que ficamos mais sensíveis?

Ora, a palavra Natal na sua gênesis significa natividade, e para nós cristãos significa a festa do nascimento do menino Deus que veio nos salvar. Daí as luze, que simbolizam a luz de Deus, que brilhou sobre a humanidade que vivia nas trevas. É Jesus o menino Deus, que por decisão do Pai eterno se encarna no ventre da Virgem Maria se deixando cuidar pela a humanidade. Digo Deus filho nos braços da humanidade, mistério de amor maior não poder nem poderá existir.

Tudo fica mais belo, por que na noite venturosa do dia 24 o eterno se faz vida, no tempo quantificado do homem.

Os nossos corações realmente se enchem de alegria ficamos mais sensíveis, pois, para os mais velhos vem logo as nossa mentes, recordações belíssimas do natal com os nossos pais, que em muitos casos já partiram, e para os mais novos tudo parece ser um verdadeiro encanto.

No entanto é preciso resgatar o verdadeiro sentido do Natal de Jesus, devemos lembrar que não um simples festas de luzes, mas a festa da grande luz que se faz criança no meio da humanidade. Assim, com Jesus teremos uma noite de Natal mais bela e com certeza o ano de 2014 mais feliz pois os anos podem passarem mas Jesus nunca passa Ele é eterno.

Quero agradecer ao Jornal cidade por ter confiado este espaço para podermos conversar quinzenalmente e a você caro leitor e leitora tenham todos um belo e feliz Natal que Jesus esteja conosco todos os dias de 2014. Renovando o meu compromisso de continua o nosso diálogo através do Jornal cidade. Rogo ao Senhor Jesus que nos ilumine com a sua divina misericórdia.
Texto publicado no Jornal Cidade.

Fiel no pouco!


Pe. José Émerson

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

São José, nosso representante na Sagrada Família

As semelhanças entre a vida de São José e nossa própria vida.
Por Alexandre Varela

RIO DE JANEIRO, 23 de Dezembro de 2013 (Zenit.org) - São José era um homem comum.  Não foi poupado do pecado original.  Na Bíblia, aparece pouco e não há sequer uma frase falada por ele.  Em certo momento, Cristo se apresentou para ele, mas de maneira tão inusitada e em meio a tantas dificuldades que talvez ele tenha pensado em desistir,  mas teve imensa simplicidade e fidelidade para trilhar os caminhos de Deus e acolher a Cristo em sua vida, mesmo tendo que superar muitos obstáculos, incluindo a si mesmo.  Por muitas vezes, o mesmo acontece conosco.  Talvez seja interessante olhar para ele como o sendo o nosso representante na Sagrada Família.  Afinal, Nossa Senhora teve a graça de nascer sem o pecado original, Cristo é Deus, mas São José era igual a nós.

Papa Francisco tem chamado muita atenção para São José.  Tem citado o santo em diversas ocasiões e na oração do Ângelus deste domingo, dia 22/12/2013, fez uma belíssima catequese sobre o momento crucial da sua vida: a gravidez de Maria.

Imaginemos um homem que sai em viagem deixando uma noiva, combinando que casarão assim que ele regresse.  Porém, quando este homem volta encontra sua noiva grávida.  Isso já bastaria para criar muita confusão.  Mesmo nos dias de hoje.  Agora pense o que aconteceria em uma sociedade onde isso era considerado grave o suficiente para ser punido com apedrejamento público!

Pois foi isso que aconteceu a José, que ainda não sabia que Maria carregava o Filho de Deus.  Não tendo outra saída, ele resolveu abandonar Maria. Mas o fez em segredo.  Sem alarde.  Ele não queria que nada de mal acontecesse àquela menina.   Papa Francisco diz:

“E o Evangelho diz: 'Porque era um homem justo e não queria acusá-la publicamente, resolveu deixá-la em segredo' ( 1, 19).

Esta pequena frase resume um verdadeiro drama interior, se pensarmos no amor que José tinha por Maria! Mas, mesmo em tal circunstância, José pretende fazer a vontade de Deus e decide, sem dúvida com grande dor, abandonar Maria em segredo. Devemos meditar nessas palavras, para entender a prova que José teve que enfrentar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Uma prova parecida com aquela do sacrifício de Abraão, quando Deus lhe pediu seu filho Isaque (cf. Gn 22): renunciar à pessoa mais preciosa, à pessoa mais amada.”

Mas o Senhor não abandonaria José e nem Maria (que a essa altura não poderia ficar sozinha – seria muito perigoso) e faz com que um anjo explique tudo a ele em sonho.  E José, neste momento é obrigado a renunciar completamente a todas as expectativas que tinha criado, para seguir o caminho que Deus estava mostrando.

José, assim como qualquer homem, em qualquer tempo, imaginava ter uma esposa, filhos e uma vida normal em que trabalharia durante o dia e chegaria em casa ao final da tarde para ficar com sua família.  Não imaginava desposar uma mulher grávida, não imaginava fugir para proteger a sua família e com certeza, não imaginava ter que abraçar a imensa responsabilidade de criar o Filho de Deus, o Messias tão esperado por todos.

De novo, vamos olhar para as palavras irretocáveis de Francisco:

“Este Evangelho nos mostra toda a grandeza de alma de São José. Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus reservou para ele um outro projeto, uma missão maior. José era um homem que sempre dava ouvidos à voz de Deus, profundamente sensível à sua vontade secreta, um homem atento às mensagens que lhe vinham do profundo do coração e do alto. Não ficou obstinado em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma, mas estava preparado para colocar-se à disposição da novidade que, de forma desconcertante, era-lhe apresentada. Era assim, era um homem bom. Não odiava, e não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma. Mas quantas vezes em nós o ódio, a antipatia também, o rancor nos envenenam a alma! E isso faz mal. Não permiti-lo nunca: ele é um exemplo disso. E assim, José se tornou ainda mais livre e grande. Aceitando-se de acordo com o projeto do Senhor, José encontra plenamente a si mesmo, além de si. Esta sua liberdade de renunciar ao que é seu, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho.”

O parágrafo acima é para ser lido mil vezes, até que se entenda tudo o que São José representa para a vida de cada um de nós.

São José tinha um plano para sua vida e, em algum momento, teve que encarar a o fato de que o plano de Deus não combinava com seus planos.  Com toda a certeza isso já aconteceu com cada um de nós!  Mas quando isso aconteceu, o que fizemos?  Aderimos ao plano de Deus ou ficamos rancorosos e envenenados, lamentando por não conseguirmos impor nossos próprios planos?

Papa Francisco fala que José se tornou mais livre e grande ao aderir ao plano de Deus.  Parece paradoxal que José não tenha feito o que quer, mas tenha se tornado mais livre!  O pecado original sempre nos dá a tentação de acharmos que ser livre é não pertencer a nada nem ninguém.  Mas isso é uma ilusão.  Sempre seguimos alguém, sempre pertencemos a algo.  Então, porque não seguir a Deus e pertencer a Ele?  Há outra maneira de ser realmente livre?

Quantas vezes nos agarramos aos nossos planos, tentando fazer com que prevaleçam?  Quantas vezes viramos as costas para os planos de Deus porque achamos tudo muito difícil?  Quantas vezes ficamos confusos com a realidade e não enxergamos o que Deus quer de nós?

Neste Natal, olhemos para São José, que não foi poupado do pecado original, nem das dificuldades.  Aderiu fielmente aos planos de Deus, cresceu, foi mais livre e serviu como peça fundamental da salvação de todos nós.


Alexandre Varela é catequista de Crisma e editor do site O Catequista.

Fonte: ZENIT

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


JOVENS DO EJC DA PAROQUIA SÃO SEBASTIÃO PARTICIPAM DA CELEBRAÇÃO FESTIVA DO NATAL NA FUNASE – CASE


Foi realmente um momento muito bom para os nossos jovens e para os familiares e jovens que estão internados naquele local. Que o senhor possa nascer  todos os dias em  nossos corações para continuarmos fiéis a missão.



MAIS UMA TURMA DE LEIGOS RECEBE CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE TEOLOGIA PASTORAL

            Esse é um momento de grande alegria para a nossa Diocese visto que em Assembleia Diocesana neste ano de 2013 decidimos investir na formação do laicato.





terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Por que acredito!

            Dizem os sábios que acreditar é colocar confiança naquilo que nem mesmo a gente ver ou enxerga. Todas as vezes que eu vejo alguém dizer que acredita em algo, em alguma pessoa ou coisa, logo me vem à cabeça a experiência da minha vida e das tantas histórias contadas por  pessoas que eu conheci na minha pequena caminhada neste mundo.

            Quando eu digo que acredito em alguma coisa ou em algo, é preciso que eu no mínimo tenha feito uma experiência com isto, conheça, tenha visto ou até mesmo tocado. Às vezes fico muito chocado com as expressões tão conhecida por nós de que só acreditamos naquilo que vemos. Ora, parece que a experiência da vida tem nos provado justamente o contrário.

            No mundo moderno ou o mundo da virtualidade onde acreditamos em dados ou arquivos armazenados em computadores fica cada vez mais difícil ter que tocar para acreditar. Basta ver as grandes bolsas de valores e as suas grandes negociações que movimentam milhões, sem, no entanto ninguém ver se quer a cor deste dinheiro nem mesmo sabe onde encontra-lo. Realmente é uma loucura, e neste meio, em questão de segundos quem esta muito rico pode ficar totalmente pobre, basta que se espalhe um boato de desvalorização das ações da empresa em que se investiu. O que mais me assusta é que quem mais acredita neste mundo de ilusão ou virtual como queiram são as pessoas que se dizem mais inteligentes, pois, para se investir neste mundo precisa ser muito audacioso e inteligente. É realmente de pasmar.

            A alguns neste mundo que realmente precisam de provas para acreditar em algo. Mas, será que só números numa tela valem para acreditar? Em quem realmente ou em que realmente confiamos?

            Quando se trata de Deus o argumento da maioria das pessoas que contestam a sua existência é a de nunca terem visto ou tocado o Senhor. Tenro engano, eu já toquei o Senhor, quando na minha vida percebei que sem a minha fé Nele nada poderia fazer ou estava realmente fadado ao fracasso. Acredito Nele, por que a mim se revela, não como números em tela de forma virtual, mas como aquele que se faz presente na minha vida através daqueles que estão ao meu lado em todos os momentos da minha existência. Acredito Nele por que sinto em mim uma vontade enorme de superar-me todos os dias, uma vontade grandiosa de melhorar e me superar a cada vitória, que Ele mesmo me possibilita e me diz você pode mais vá em frente, não tenha medo. Acredito Nele, pois, me deixa livre até mesmo para não acreditar, mesmo sentindo essa angustia que perpassa toda a nossa existência de nunca estar realmente completo. E acredito plenamente que esta falta é a saudade que sinto de quando estava Nele, até Ele me colocar aqui, e me dizer seja feliz, a vida é lida. Pois como diz a música popular “pra quem tem fé à vida nunca tem fim”!

Fiel no pouco!

Pe. José Émerson. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira

O santo padre lembra que a nossa vida não termina com a morte. Quem pratica a misericórdia não teme a morte
Por Redacao

ROMA, 27 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs,

Bom dia e parabéns porque vocês são corajosos com este frio na praça. Parabéns!

Quero concluir as catequeses sobre “Credo”, desenvolvidas durante o Ano da Fé, que se concluiu domingo passado. Nesta catequese e na próxima, gostaria de considerar o tema da ressurreição da carne, capturando dois aspectos como os apresenta o Catecismo da Igreja Católica, isso é, o nosso morrer e o nosso ressurgir em Jesus Cristo. Hoje, concentro-me no primeiro aspecto, “morrer em Cristo”.

1. Entre nós, comumente, há um modo errado de olhar para a morte. A morte diz respeito a todos, e nos interroga de modo profundo, especialmente quando nos toca de modo próximo, ou quando atinge os pequenos, os indefesos de maneira que nos resulta “escandalosa”.  A mim sempre veio a pergunta: por que sofrem as crianças? Por que morrem as crianças? Se entendida como o fim de tudo, a morte assusta, aterroriza, transforma-se em ameaça que infringe todo sonho, toda perspectiva, que rompe toda relação e interrompe todo caminho. Isso acontece quando consideramos a nossa vida como um tempo fechado entre dois pólos: o nascimento e a morte; quando não acreditamos em um horizonte que vai além daquele da vida presente; quando se vive como se Deus não existisse. Esta concepção da morte é típica do pensamento ateu, que interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo e um caminhar para o nada. Mas existe também um ateísmo prático, que é um viver somente para os próprios interesses e viver somente para as coisas terrenas. Se nos deixamos levar por esta visão errada da morte, não temos outra escolha se não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la, para que não nos cause medo.

2. Mas a essa falsa solução se rebela o “coração” do homem, o desejo que todos nós temos de infinito, a nostalgia que todos temos do eterno. E então qual é o sentido cristão da morte? Se olhamos para os momentos mais dolorosos da nossa vida, quando perdemos uma pessoa querida – os pais, um irmão, uma irmã, um cônjuge, um filho, um amigo – nos damos conta de que, mesmo no drama da perda, mesmo dilacerados pela separação, sai do coração a convicção de que não pode estar tudo acabado, que o bem dado e recebido não foi inútil. Há um instinto poderoso dentro de nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte.

Esta sede de vida encontrou a sua resposta real e confiável na ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus não dá somente a certeza da vida além da morte, mas ilumina também o próprio mistério da morte de cada um de nós. Se vivemos unidos a Jesus, fiéis a Ele, seremos capazes de enfrentar com sabedoria e serenidade mesmo a passagem da morte. A Igreja, de fato, prega: “Se nos entristece a certeza de dever morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. Uma bela oração esta da Igreja! Uma pessoa tende a morrer como viveu. Se a minha vida foi um caminho com o Senhor, um caminho de confiança na sua imensa misericórdia, estarei preparado para aceitar o último momento da minha existência terrena como o definitivo abandono confiante em suas mãos acolhedoras, à espera de contemplar face-a-face o seu rosto. Essa é a coisa mais bela que pode nos acontecer: contemplar face-a-face aquele rosto maravilhoso do Senhor, vê-Lo como Ele é, belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura. Nós caminhamos para este ponto: ver o Senhor.

3. Neste horizonte se compreende o convite de Jesus a estar sempre prontos, vigilantes, sabendo que a vida neste mundo nos foi dada também para preparar a outra vida, aquela com o Pai Celeste. E para isto há um caminho seguro: preparar-se bem para a morte, estando próximo a Jesus. Esta é a segurança: o meu preparo para a morte estando próximo a Jesus. E como se fica próximo a Jesus? Com a oração, nos Sacramentos e também na prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e necessitados. Ele mesmo identificou-se com eles, na famosa parábola do juízo final, quando disse: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes, enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim…Tudo aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 35-36. 40). Portanto, um caminho seguro é recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidar das feridas corporais e espirituais do nosso próximo. A solidariedade no partilhar a dor e infundir esperança é premissa e condição para receber por herança aquele Reino preparado para nós. Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Pensem bem nisto: quem pratica a misericórdia não teme a morte! Vocês estão de acordo? Digamos juntos para não esquecê-lo? Quem pratica a misericórdia não teme a morte. E por que não teme a morte? Porque a olha em face das feridas dos irmãos e a supera com o amor de Jesus Cristo.

Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos mais pequeninos, então também a nossa morte se tornará uma porta que nos introduzirá no céu, na pátria bem aventurada, para a qual estamos caminhando, desejando habitar para sempre com o nosso Pai, Deus, com Jesus, com Nossa Senhora e com os santos.


(Fonte: Canção Nova / Tradução: Jéssica Marçal)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O QUE SERIA AMAR, OU AINDA SERÁ?

Hoje se fala muito em amor. Nunca se conjugou tanto este verbo como em nossos dias. Eu amo! Tu amas? Nós devemos amar!

O que realmente é o amor? Só se poderá saber o que é o amor amando. Hoje na boca dos jovens a palavra amor ecoa como algo tão comum e volátil, existe amor de todas as formas, jeitos e até mesmo, pasmem, aquele amor que passa.

            Se pesquisarmos a palavra para designarmos este sentimento de afeto pelo outro na língua portuguesa, desagua necessariamente na palavra amor. O contrário do que acontece na língua grega, que existem três palavras para se falar em amor amizade, amor erótico e de doação. Aqui não me proponho a dar uma aula de linguística, mas pretendo refletir sobre este sentimento tão belo e ao mesmo tempo tão exigente chamado amor.

Em sua primeira carta São João designa Deus como Amor (Jo 4,7). Ora, se Deus é amor, o amor é eterno. Desta forma não se pode amar e pronto. Pois se amor tem um fim em si mesmo ou até mesmo se completa, Deus não é amor. O amor é justamente esta possibilidade sem fim de doação sempre. Quando Deus quer provar este amor pela humanidade nos envia o seu o próprio Filho Jesus e este dá a vida por todos nós. A sua entrega é de total amor e o seu amor exige Dele um sofrimento sem limites, até gastar todas as suas forças e derramar o seu sangue precioso por toda a humanidade, eu disse “toda”.

Então me pergunto o porquê de tanta gente acreditar em um amor mágico que tem tempo de validade, como se fosse algo que acontece e acaba de uma hora para outra. Hoje há um discurso da realização pessoal, às vezes até exagerado, que no fim das contas desemboca num eucentrismo, que em nome desta realização egocêntrica faz lembrar-se de si e esquecer-se do outro, que muitas vezes colocou todas as suas expectativas num juramento de amor que era mesmo uma paixão de momento ou até mesmo uma afeição pelo exterior, à beleza aparente.

É em nome deste eucentrismo que se fala tanto em realização pessoal, mas é também em nome deste Eu que muitas vezes o convívio social tem quase se transformado impossível. Pois, seu eu me torno o centro das coisas, tudo começa a estar ao meu serviço, ao meu bel prazer. É justamente o que estamos assistindo no mundo em que vivemos. Eu decido e o outro que se vire. Vejamos, a rua me pertence, jogo lixo, pois eu sou livre. O corpo me pertence, por isso posso abortar. A rua é minha, ligo o som do meu carro e os outros que escutem o que eu desejo ouvir.

Não há amor sem sofrimento e doação. Aqui não trato de fazer apologia ao masoquismo, um discurso de que é bom sofrer. Mas quem ama verdadeiramente respeita o outro, as diferenças e olha para a pessoa como ela é, e primeiro ama para depois propor um diálogo que possibilite entender o outro como ele e ela são verdadeiramente. Não se entende um cristão que tem o dever de amar, quando muitas vezes só julga. É preciso ter a atitude de Jesus que senta com a prostituta pega em fragrante adultério e ama primeiro para depois lhe propor uma mudança de vida. É certo que o Senhor entra no seu mundo, sofre com ela a dor do abandono, a angústia de ter sido usada e descartada por aqueles que queriam a apedrejar.

Não se ama cobrando amor. Quem ama, ama desinteressadamente. Assim, quem ajuda deve fazê-lo também desta forma, pois o que é mais importante é a pessoa na sua integralidade e não um gesto que muitas vezes a faz sofrer. Só precisa ouvir de nós: ninguém te condenou, eu também não te condeno, vai e não peques mais!

Fiel no pouco!

Pe. José Émerson.


sábado, 16 de novembro de 2013

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PAROQUIA DE SÃO SEBASTIÃO

Celebrações para o dia de Finados

Cemitério São Miguel 


6:30 – Santa Missa

8:30 - Santa Missa

10:00 - Santa Missa

15:00 - Santa Missa

16:30 - Santa Missa

Outras locais de Celebrações

9:00 - Miracica

19:30 - Jardim

19:30 - Matriz


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O apego ao dinheiro destrói tudo: pessoas, famílias, relacionamentos

Na missa em Santa Marta, o Papa afirma que a riqueza é um dom de Deus que deve ser usado para ajudar os outros e não para ser acumulado com ganância
Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 21 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - O dinheiro destrói tudo: famílias, relações com os outros, você mesmo. Para os pastores e padres a reflexão do Papa Francisco nesta manhã em Santa Marta será um novo ponto de partida para as catequeses e homilias: “O Papa disse que não devemos ser atacados ao dinheiro". Para alguns críticos será outra banalidade dita por Bergoglio, o "Papa – pauperista" que pensa apenas nos pobres.

A homilia do Santo Padre não é uma 'pílula matutina do bom humor', mas uma denúncia do que pode ser um veneno para a alma do homem: a ganância.

Papa Francisco reiterou isso muito bem: o apego ao dinheiro "leva à idolatria, destrói as relações com os outros". E quando falta um relacionamento de amor com o outro, é difícil ter um relacionamento com Deus. Bergoglio, no entanto, não quis simplesmente condenar a riqueza: essa “pode ser um instrumento de salvação e redenção, se você a considerar como dom de Deus e colocar à disposição daqueles que necessitam – afirmou.

O Papa fala por fatos, através das coisas que viveu e experimentou durante décadas de ministério pastoral no meio do povo: "Quantas famílias destruídas vemos pelo problema do dinheiro: irmão contra irmão, pai contra filho...". Bem como mostra o Evangelho, na liturgia de hoje (Lc 12, 13-21) que conta a história de um homem que corre o risco de separar-se de um irmão de carne por questão de herança e pede a Jesus para intervir.

"Essa é a primeira consequencia da atitude de estar apegado ao dinheiro: destrói" - disse o Papa - "Quando uma pessoa é apegada ao dinheiro, destrói a si mesma, destrói a família! O dinheiro destrói!É assim ou não?”

"O dinheiro - melhor explica o Santo Padre - serve para levar avante muitas coisas boas, muitos projetos para desenvolver a humanidade, mas quando o seu coração está apegado, destrói a pessoa". Jesus narra a parábola do homem rico que "acumula tesouros para si e não é rico para Deus".

"Isso é o que dói -acrescenta Francisco- a cupidez na minha relação com o dinheiro. Ter mais, ter mais, ter mais... ". O problema não é ser rico -diz o Papa- "mas a atitude, que se chama ganância” e que "provoca doença, porque leva você a pensar tudo em função do dinheiro".

“A cupidez é um instrumento da idolatria pois vai na direção contrária àquela que Deus traçou para nós”. O Papa recordou São Paulo quando diz: "Jesus Cristo, que era rico, se fez pobre para nos enriquecer". O caminho de Deus é, portanto, "a humildade, o abaixar-se para servir". A cupidez, ao invés, leva o cristão a percorrer uma estrada contrária: "Você, que é um pobre homem, se faz Deus por vaidade"- disse o Santo Padre.

O caminho que Deus nos ensina "não é o caminho da pobreza pela pobreza" - destacou Bergoglio- é "o caminho da pobreza como instrumento, para que Deus seja Deus, para que Ele seja o único Senhor”. Por isso, "todos os bens que temos, o Senhor nos dá para que levemos adiante o mundo, adiante a humanidade, para ajudar os outros".

Jesus -recordou o Papa- "nos diz que não devemos nos preocupar, pois o Senhor sabe do que precisamos", e convida-nos ao “abandono confiante no Pai, que faz florir os lírios do campo e alimenta as aves”. Então - concluiu o Papa- devemos “esculpir hoje, no coração, a Palavra de Deus:‘Cuidado e mantenham distância de toda cupidez, porque mesmo que alguém viva na abundância, a sua vida não depende daquilo que possui”.


Fonte: ZENIT

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Francisco na audiência geral: Deus diz a você: não tenha medo da santidade

Na catequese, o papa fala sobre a santidade da Igreja: não pelos nossos méritos, mas porque Deus a torna santa
Por Rocio Lancho García

ROMA, 02 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - O papa deu continuidade aos ensinamentos sobre a Igreja na audiência desta quarta-feira de manhã. Uma grande multidão de fiéis de todo o mundo esperava Francisco na praça para escutar a catequese. Mesmo as ruas próximas da praça de São Pedro estavam repletas de pessoas que, apesar do calor que protagoniza o começo de outono na Cidade Eterna, acorreram à praça com entusiasmo de peregrinos.

Depois de professar o “Creio na Igreja una”, o papa recordou que acrescentamos o adjetivo “santa”. “E esta é uma característica que esteve presente desde o início na consciência dos primeiros cristãos, que se chamavam simplesmente de ‘santos’ porque tinham a certeza de que é a ação de Deus, do Espírito Santo, que santifica a Igreja”, declarou o santo padre. Francisco desenvolveu a catequese em torno desta ideia, explicando “em que sentido a Igreja é santa, quando vemos que a Igreja histórica, no seu caminho ao longo dos séculos, passou por tantas dificuldades, problemas e momentos de escuridão. Como pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos, de pecadores?”.

Em primeiro lugar, o papa comentou um fragmento da carta de São Paulo aos cristãos de Éfeso. "O apóstolo, tomando como exemplo as relações familiares, afirma que ‘Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para torná-la santa’”. Isto significa que a “Igreja é santa porque procede de Deus, que é santo, fiel e não a abandona em poder da morte e do mal [...] Ela não é santa pelos nossos méritos, mas porque Deus a torna santa; é fruto do Espírito Santo e dos seus dons”.

Um segundo aspecto que Francisco abordou é o fato de a Igreja ser formada por pecadores. “A Igreja, que é santa, não rejeita os pecadores [...] Na Igreja, o Deus que encontramos não é um juiz impiedoso, mas é como o pai da parábola do evangelho [...] Deus nos quer parte de uma Igreja que saiba abrir os braços para acolher a todos, que não seja a casa de poucos, mas a casa de todos, onde todos nós possamos ser renovados, transformados, santificados pelo seu amor, os mais fortes e os mais fracos, os pecadores, os indiferentes, os que se sentem desalentados e perdidos”.

O pontífice indagou: "O que é que posso fazer, eu, que me sinto fraco, frágil, pecador?". E propôs a resposta: "Deus diz a você: não tenha medo da santidade, não tenha medo de olhar para o alto, de se deixar amar e purificar por Deus, não tenha medo de se deixar guiar pelo Espírito Santo!”.

“Saúdo os peregrinos de língua espanhola, em particular os grupos vindos da Espanha, Argentina, México, Panamá, Colômbia e dos outros países latino-americanos. Convido todos a não se esquecerem da vocação à santidade. Não deixem ninguém roubar a sua esperança! Vocês podem chegar a ser santos! Vamos todos nessa estrada. Vivamos com alegria a nossa fé, deixemo-nos amar pelo Senhor. Muito obrigado”.

Fonte: ZENIT

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Igreja não deve ser "privatizada": temos que rezar pela sua unidade

Audiência geral: papa Francisco nos convida a superar as divisões entre as comunidades cristãs
Por Luca Marcolivio

ROMA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja Católica é verdadeiramente una. Com base neste conceito, expresso pelo credo e pelo catecismo, o papa Francisco articulou a sua catequese na audiência geral desta manhã, na Praça de São Pedro.

Embora a Igreja seja composta por 3.000 dioceses espalhadas pelo mundo inteiro e por "muitas línguas" e "muitas culturas", a sua unidade é uma grande certeza. Referindo-se ao catecismo (nº 161), o Santo Padre recordou que "a unidade na fé, na esperança, na caridade, a unidade nos sacramentos, no ministério, é como os pilares que sustentam e mantêm unido o único grande edifício da Igreja".

Mesmo "na menor paróquia do canto mais distante da Terra, a Igreja é una", é "uma só para todos". A Igreja é uma família cujos membros “podem estar dispersos por todo mundo”, mas "fortes laços" os mantêm "firmes, seja qual for a distância".

Um exemplo desses laços universais foi a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: "Naquela vasta multidão de jovens na praia de Copacabana, ouviam-se falar muitas línguas, viam-se traços muito diferentes uns dos outros, encontravam-se culturas diversas, mas havia uma profunda unidade", recordou o papa.

Diante de uma situação como esta, o católico pode viver plenamente a unidade ou ser indiferente, fechado em si mesmo ou no seu "pequeno grupo": é a atitude daqueles que "privatizam" a Igreja para o seu próprio grupo ou para os "seus amigos".

Mesmo havendo no mundo cristãos que estão sofrendo, ainda há quem fique indiferente. Deveria ser, porém, "como se alguém da família estivesse sofrendo". Por isso, é importante orar "pelos outros", "olhar para fora da própria redoma, sentir-se Igreja, uma família de Deus".

Infelizmente, até mesmo dentro da família eclesial surgem "incompreensões, conflitos, tensões, divisões que a ferem. A Igreja não tem, assim, o rosto que gostaríamos, não mostra o amor que Deus quer", disse o papa.

As "dilacerações" no seio da Igreja são sempre obra do homem, e envolvem, por exemplo, as divisões entre "católicos, protestantes, ortodoxos".

Essas incompreensões devem ser superadas, porque "Deus nos dá a unidade", mesmo que "achemos difícil vivê-la". É essencial viver a unidade da Igreja na comunhão, "começando pela família, pelas realidades eclesiais, no diálogo ecumênico", sugeriu o papa.

Francisco citou São Paulo: "um só corpo, o de Cristo, que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo, que anima e recria continuamente a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; e uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4-6).
Todo cristão deve perguntar a si mesmo: "Eu faço crescer a unidade na família, na paróquia, na comunidade? Ou sou motivo de divisão, de desconforto? [...] Eu tenho a humildade de cuidar com paciência, com sacrifício, das feridas na comunhão?".

O verdadeiro "motor" da unidade da Igreja é, no entanto, o Espírito Santo. "A nossa unidade não é primariamente resultado do nosso consenso", nem do "nosso esforço para estar de acordo com os outros, mas vem dele, que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é harmonia".


Francisco terminou a catequese recomendando aos fiéis ser "homens e mulheres de comunhão" e de "unidade na oração”. E levantou ao céu a seguinte oração: "Peçamos ao Senhor que nos conceda ser cada vez mais unidos, para nunca mais sermos instrumentos de divisão; que nos esforcemos, como diz a bela oração franciscana, para levar o amor onde houver ódio, o perdão onde houver ofensa, a união onde houver discórdia".

FONTE: ZENIT

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Viver a nossa fé com coerência, mesmo sendo uma religião minoritária.

Entrevista com o vigário do Patriarcado Latino em Israel, durante a Conferência dos Bispos Latinos para as Regiões Árabes.
Por Sergio Mora

ROMA, 23 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Uma reunião de quatro dias foi realizada em Roma pela Conferência dos Bispos Latinos das Regiões Árabes (CELRA). O vigário do Patriarcado Latino para os católicos de Israel que falam hebraico e para os imigrantes, David M. Neuhaus S.J., falou em entrevista a ZENIT sobre as dificuldades do atual momento na Síria e no Egito e sobre a mudança observada no panorama internacional depois da vigília de oração e jejum que o papa Francisco convocou. O tema central da reunião, porém, foi a vida pastoral daquelas comunidades, que têm de viver a sua fé católica de modo coerente, mesmo sendo minorias em meio a outras religiões.

“A nossa conferência episcopal”, disse o vigário, “tem uma reunião anual, e a cada dois anos ela acontece em Roma. É uma reunião habitual, mas desta vez ela está marcada por dois eventos especiais: os cinquenta anos da fundação da CELRA, que nasceu em 1962-63, durante o concílio, e a situação dramática que os nossos países estão vivendo agora”.

Neuhaus ressalta que, “infelizmente, não pôde vir o vigário da diocese da Síria nem o bispo do Egito, as duas nações que estão vivendo uma situação delicada neste momento”.

A reunião aborda temas fundamentalmente pastorais, mas o vigário comenta que “tratamos muito da situação na Síria e no Egito, porque todos os países das nossas dioceses são afetados pela instabilidade naquela região”.

“Viemos de quatro países da Terra Santa: Israel, Palestina, Jordânia e Chipre. E de outras nações da região, como o Líbano, a Síria, o Iraque, além dos países do Golfo Árabe, que estão divididos em duas dioceses, a da Arábia Norte e a da Arábia Sul. E ainda do Egito, da Somália e de Djibuti. Uma conferência episcopal estranha, em que nós temos dificuldades para encontrar um país onde nos reunir sem problemas”.

Neuhaus recorda que não se trata de “uma visita ad limina, que são feitas a cada cinco anos. É a reunião anual da CELRA, que no ano passado foi na Jordânia e desta vez é aqui em Roma”.

Sobre a situação na Síria, “mostramos a nossa gratidão ao papa pelas iniciativas que ele propôs a todo o planeta, como a jornada de jejum e de oração pela paz no mundo. Não sabemos se é um milagre, mas, antes da vigília, todos os países do mundo diziam guerra, guerra, guerra, e agora a palavra é diálogo, diálogo, diálogo. Estamos muito contentes com este resultado. Mas a situação ainda é bem dramática e nós temos que continuar rezando intensamente para que esta situação terrível se resolva”.

Não haverá um encontro formal com o papa “por não se tratar de uma visita ad limina, mas fomos recebidos em grupos e rezamos com ele na missa da Casa Santa Marta”.

“A possibilidade do diálogo é factível porque Deus pode tudo. Não somos homens políticos, que têm que propor etapas práticas para o diálogo, mas temos que transmitir sempre palavras de esperança para o povo. A nossa profissão é uma profissão de esperança e de perdão”.

ZENIT perguntou se a guerra na Síria é uma guerra civil. Neuhaus precisou: “Há também as forças estrangeiras que entram para ajudar as duas partes. Nós não estamos lá para tomar posição a favor ou contra, mas para apresentar os valores da Igreja, porque é o povo que paga o preço desta guerra”.

“Os cristãos, para dizer a verdade, estão divididos. A hierarquia na Síria é grata ao governo porque ele sempre foi muito tolerante com a presença cristã e existe o medo de que alguns setores da oposição sejam islâmicos demais. Os medos são claros, mas a igreja tem que estar sempre perto desse povo dividido, tem que rezar pelo perdão, pela esperança, pela unidade, e caminhar para um futuro melhor”.

Existe o medo de que um ataque ocidental cause represálias contra os cristãos? “Não é o único medo, mas é um medo claro. Nós temos que olhar para a história e ver que a intervenção no Afeganistão não foi um sucesso, nem no Iraque. Por que ia ser melhor desta vez? Nós temos que apoiar o diálogo, porque você pode invadir e assassinar todo mundo, porque isso é a guerra. Nós queremos que todos os chefes do governo e a oposição resolvam a situação de maneira pacífica”.

“Este foi um dos temas, mas nós tratamos de muitos outros, sobre a vida pastoral dos nossos fiéis. Tivemos reuniões com o cardeal Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, com o presidente do Pontifício Conselho para a Família, dom Paglia, que falou de temas perpétuos da vida pastoral entre os nossos fiéis, a família, o ano da Fé. E com o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. O diálogo foi muito frutífero".

“O particular das nossas igrejas é que elas vivem como minorias. A maioria vive em ambientes islâmicos. Os meus fiéis não vivem no meio dos muçulmanos, e sim da população judaica, mas nós também somos uma pequena minoria e temos que tentar viver a nossa fé de modo coerente. Estamos abertos ao diálogo ao nosso redor e também ao diálogo ecumênico, com outras minorias cristãs”.


FONTE: ZENIT