sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Igreja não deve ser "privatizada": temos que rezar pela sua unidade

Audiência geral: papa Francisco nos convida a superar as divisões entre as comunidades cristãs
Por Luca Marcolivio

ROMA, 25 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja Católica é verdadeiramente una. Com base neste conceito, expresso pelo credo e pelo catecismo, o papa Francisco articulou a sua catequese na audiência geral desta manhã, na Praça de São Pedro.

Embora a Igreja seja composta por 3.000 dioceses espalhadas pelo mundo inteiro e por "muitas línguas" e "muitas culturas", a sua unidade é uma grande certeza. Referindo-se ao catecismo (nº 161), o Santo Padre recordou que "a unidade na fé, na esperança, na caridade, a unidade nos sacramentos, no ministério, é como os pilares que sustentam e mantêm unido o único grande edifício da Igreja".

Mesmo "na menor paróquia do canto mais distante da Terra, a Igreja é una", é "uma só para todos". A Igreja é uma família cujos membros “podem estar dispersos por todo mundo”, mas "fortes laços" os mantêm "firmes, seja qual for a distância".

Um exemplo desses laços universais foi a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: "Naquela vasta multidão de jovens na praia de Copacabana, ouviam-se falar muitas línguas, viam-se traços muito diferentes uns dos outros, encontravam-se culturas diversas, mas havia uma profunda unidade", recordou o papa.

Diante de uma situação como esta, o católico pode viver plenamente a unidade ou ser indiferente, fechado em si mesmo ou no seu "pequeno grupo": é a atitude daqueles que "privatizam" a Igreja para o seu próprio grupo ou para os "seus amigos".

Mesmo havendo no mundo cristãos que estão sofrendo, ainda há quem fique indiferente. Deveria ser, porém, "como se alguém da família estivesse sofrendo". Por isso, é importante orar "pelos outros", "olhar para fora da própria redoma, sentir-se Igreja, uma família de Deus".

Infelizmente, até mesmo dentro da família eclesial surgem "incompreensões, conflitos, tensões, divisões que a ferem. A Igreja não tem, assim, o rosto que gostaríamos, não mostra o amor que Deus quer", disse o papa.

As "dilacerações" no seio da Igreja são sempre obra do homem, e envolvem, por exemplo, as divisões entre "católicos, protestantes, ortodoxos".

Essas incompreensões devem ser superadas, porque "Deus nos dá a unidade", mesmo que "achemos difícil vivê-la". É essencial viver a unidade da Igreja na comunhão, "começando pela família, pelas realidades eclesiais, no diálogo ecumênico", sugeriu o papa.

Francisco citou São Paulo: "um só corpo, o de Cristo, que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo, que anima e recria continuamente a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; e uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos" (Ef 4-6).
Todo cristão deve perguntar a si mesmo: "Eu faço crescer a unidade na família, na paróquia, na comunidade? Ou sou motivo de divisão, de desconforto? [...] Eu tenho a humildade de cuidar com paciência, com sacrifício, das feridas na comunhão?".

O verdadeiro "motor" da unidade da Igreja é, no entanto, o Espírito Santo. "A nossa unidade não é primariamente resultado do nosso consenso", nem do "nosso esforço para estar de acordo com os outros, mas vem dele, que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é harmonia".


Francisco terminou a catequese recomendando aos fiéis ser "homens e mulheres de comunhão" e de "unidade na oração”. E levantou ao céu a seguinte oração: "Peçamos ao Senhor que nos conceda ser cada vez mais unidos, para nunca mais sermos instrumentos de divisão; que nos esforcemos, como diz a bela oração franciscana, para levar o amor onde houver ódio, o perdão onde houver ofensa, a união onde houver discórdia".

FONTE: ZENIT

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Viver a nossa fé com coerência, mesmo sendo uma religião minoritária.

Entrevista com o vigário do Patriarcado Latino em Israel, durante a Conferência dos Bispos Latinos para as Regiões Árabes.
Por Sergio Mora

ROMA, 23 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Uma reunião de quatro dias foi realizada em Roma pela Conferência dos Bispos Latinos das Regiões Árabes (CELRA). O vigário do Patriarcado Latino para os católicos de Israel que falam hebraico e para os imigrantes, David M. Neuhaus S.J., falou em entrevista a ZENIT sobre as dificuldades do atual momento na Síria e no Egito e sobre a mudança observada no panorama internacional depois da vigília de oração e jejum que o papa Francisco convocou. O tema central da reunião, porém, foi a vida pastoral daquelas comunidades, que têm de viver a sua fé católica de modo coerente, mesmo sendo minorias em meio a outras religiões.

“A nossa conferência episcopal”, disse o vigário, “tem uma reunião anual, e a cada dois anos ela acontece em Roma. É uma reunião habitual, mas desta vez ela está marcada por dois eventos especiais: os cinquenta anos da fundação da CELRA, que nasceu em 1962-63, durante o concílio, e a situação dramática que os nossos países estão vivendo agora”.

Neuhaus ressalta que, “infelizmente, não pôde vir o vigário da diocese da Síria nem o bispo do Egito, as duas nações que estão vivendo uma situação delicada neste momento”.

A reunião aborda temas fundamentalmente pastorais, mas o vigário comenta que “tratamos muito da situação na Síria e no Egito, porque todos os países das nossas dioceses são afetados pela instabilidade naquela região”.

“Viemos de quatro países da Terra Santa: Israel, Palestina, Jordânia e Chipre. E de outras nações da região, como o Líbano, a Síria, o Iraque, além dos países do Golfo Árabe, que estão divididos em duas dioceses, a da Arábia Norte e a da Arábia Sul. E ainda do Egito, da Somália e de Djibuti. Uma conferência episcopal estranha, em que nós temos dificuldades para encontrar um país onde nos reunir sem problemas”.

Neuhaus recorda que não se trata de “uma visita ad limina, que são feitas a cada cinco anos. É a reunião anual da CELRA, que no ano passado foi na Jordânia e desta vez é aqui em Roma”.

Sobre a situação na Síria, “mostramos a nossa gratidão ao papa pelas iniciativas que ele propôs a todo o planeta, como a jornada de jejum e de oração pela paz no mundo. Não sabemos se é um milagre, mas, antes da vigília, todos os países do mundo diziam guerra, guerra, guerra, e agora a palavra é diálogo, diálogo, diálogo. Estamos muito contentes com este resultado. Mas a situação ainda é bem dramática e nós temos que continuar rezando intensamente para que esta situação terrível se resolva”.

Não haverá um encontro formal com o papa “por não se tratar de uma visita ad limina, mas fomos recebidos em grupos e rezamos com ele na missa da Casa Santa Marta”.

“A possibilidade do diálogo é factível porque Deus pode tudo. Não somos homens políticos, que têm que propor etapas práticas para o diálogo, mas temos que transmitir sempre palavras de esperança para o povo. A nossa profissão é uma profissão de esperança e de perdão”.

ZENIT perguntou se a guerra na Síria é uma guerra civil. Neuhaus precisou: “Há também as forças estrangeiras que entram para ajudar as duas partes. Nós não estamos lá para tomar posição a favor ou contra, mas para apresentar os valores da Igreja, porque é o povo que paga o preço desta guerra”.

“Os cristãos, para dizer a verdade, estão divididos. A hierarquia na Síria é grata ao governo porque ele sempre foi muito tolerante com a presença cristã e existe o medo de que alguns setores da oposição sejam islâmicos demais. Os medos são claros, mas a igreja tem que estar sempre perto desse povo dividido, tem que rezar pelo perdão, pela esperança, pela unidade, e caminhar para um futuro melhor”.

Existe o medo de que um ataque ocidental cause represálias contra os cristãos? “Não é o único medo, mas é um medo claro. Nós temos que olhar para a história e ver que a intervenção no Afeganistão não foi um sucesso, nem no Iraque. Por que ia ser melhor desta vez? Nós temos que apoiar o diálogo, porque você pode invadir e assassinar todo mundo, porque isso é a guerra. Nós queremos que todos os chefes do governo e a oposição resolvam a situação de maneira pacífica”.

“Este foi um dos temas, mas nós tratamos de muitos outros, sobre a vida pastoral dos nossos fiéis. Tivemos reuniões com o cardeal Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, com o presidente do Pontifício Conselho para a Família, dom Paglia, que falou de temas perpétuos da vida pastoral entre os nossos fiéis, a família, o ano da Fé. E com o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. O diálogo foi muito frutífero".

“O particular das nossas igrejas é que elas vivem como minorias. A maioria vive em ambientes islâmicos. Os meus fiéis não vivem no meio dos muçulmanos, e sim da população judaica, mas nós também somos uma pequena minoria e temos que tentar viver a nossa fé de modo coerente. Estamos abertos ao diálogo ao nosso redor e também ao diálogo ecumênico, com outras minorias cristãs”.


FONTE: ZENIT

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Catequese do Papa: "A Igreja nunca fecha as portas e oferece sempre o perdão"

O pontífice convida a recordar que uma mãe 'nunca ensina o que está mal para os seus filhos', a ver os mandamentos de forma positiva e a não criar-nos ídolos materiais que depois nos escravizam.
ROMA, 18 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje retorno ainda sobre a imagem da Igreja como mãe. Eu gosto tanto dessa imagem da Igreja como mãe. Por isto, quis retornar a ela, porque esta imagem me parece que nos diz não somente como é a Igreja, mas também qual face deveria ter sempre mais a Igreja, esta nossa mãe Igreja.

Gostaria de destacar três coisas, sempre olhando às nossas mães, a tudo aquilo que fazem, que vivem, que sofrem pelos próprios filhos, continuando aquilo que disse quarta-feira passada. Eu me pergunto: o que faz uma mãe?

1. Primeiro de tudo ensina a caminhar na vida, ensina a seguir bem na vida, sabe como orientar os filhos, procura sempre indicar o caminho certo na vida para crescerem e tornarem-se adultos. E o faz com ternura, com afeto, com amor, sempre também quando procura endireitar o nosso caminho porque nos dispersamos um pouco na vida ou tomamos caminhos que levam a um abismo. Uma mãe sabe o que é importante para que um filho caminhe bem na vida, e não aprendeu nos livros, mas aprendeu do próprio coração. A universidade das mães é o seu coração! Ali aprendem a levar adiante os próprios filhos.

A Igreja faz a mesma coisa: orienta a nossa vida, dá-nos os ensinamentos para caminhar bem. Pensemos nos dez Mandamentos: indicam-nos um caminho a percorrer para amadurecer, para ter pontos firmes no nosso modo de nos comportarmos. E são frutos da ternura, do amor próprio de Deus que os doou a nós. Vocês poderiam me dizer: mas são mandamentos! São um conjunto de “não”! Eu gostaria de convidar vocês a lê-los – talvez vocês tenham se esquecido um pouco deles – e então pensá-los de modo positivo. Vejam que se referem ao nosso modo de nos comportarmos para Deus, para nós mesmos e para os outros, propriamente aquilo que nos ensina uma mãe para viver bem. Convidam-nos a não fazermos ídolos materiais que depois nos tornam escravos, a recordar-nos de Deus, a ter respeito pelos pais, a sermos honestos, a respeitar o outro… Tentem vê-los assim e considerá-los como se fossem as palavras, os ensinamentos que a mãe dá para seguir bem na vida. Uma mãe não ensina nunca aquilo que é mal, quer somente o bem dos filhos, e assim faz a Igreja.

2. Gostaria de dizer-vos uma segunda coisa: quando um filho cresce, torna-se adulto, toma o seu caminho, assume as suas responsabilidades, caminha com as próprias pernas, faz aquilo que quer e, às vezes, acontece também de sair do caminho, acontece qualquer acidente. A mãe sempre, em toda situação, tem a paciência de continuar a acompanhar os filhos. Aquilo que a impulsiona é a força do amor; uma mãe saber seguir com discrição, com ternura o caminho dos filhos e mesmo quando erram encontra sempre o modo para compreender, para ser próxima, para ajudar. Nós – na minha terra – dizemos que uma mãe sabe “dar a cara”. O que isto quer dizer? Quer dizer que uma mãe sabe “colocar sua face” pelos próprios filhos, isso é, impelida a defendê-los, sempre. Penso nas mães que sofrem pelos filhos que estão na prisão ou em situações difíceis: não se perguntam se são culpados ou não, continuam a amá-los e muitas vezes se submetem a humilhações, mas não têm medo, não deixam de se doar.

A Igreja é assim, uma mãe misericordiosa, que entende, que procura sempre ajudar, encorajar também diante dos seus filhos que erraram e que erram, não fecha nunca as portas da Casa; não julga, mas oferece o perdão de Deus, oferece o seu amor que convida a retomar o caminho mesmo para aqueles filhos que caíram em um abismo profundo, a Igreja não tem medo de entrar na noite deles para dar esperança; a Igreja não tem medo de entrar na nossa noite quando estamos na escuridão da alma e da consciência, para dar-nos esperança! Porque a Igreja é mãe!

3. Um último pensamento. Uma mãe sabe pedir, bater a toda porta pelos próprios filhos, sem calcular, o faz com amor. E penso em como as mães sabem bater também e, sobretudo, na porta do coração de Deus! As mães rezam tanto pelos próprios filhos, especialmente por aqueles mais frágeis, por aqueles que têm mais necessidade, por aqueles que na vida tomaram caminhos perigosos ou errados. Poucas semanas atrás, celebrei na igreja de Santo Agostinho, aqui em Roma, onde foram conservadas as relíquias da mãe, Santa Mônica.  Quantas orações elevou a Deus aquela santa mãe pelo filho, e quantas lágrimas derramou! Penso em vocês, queridas mães: quanto rezam pelos vossos filhos, sem se cansarem! Continuem a rezar, a confiar os vossos filhos a Deus; Ele tem um coração grande! Batam à porta do coração de Deus com a oração pelos filhos.

E assim faz também a Igreja: coloca nas mãos do Senhor, com a oração, todas as situações dos seus filhos. Confiemos na força da oração da Mãe Igreja: o Senhor não permanece insensível. Sabe sempre nos surpreender quando não esperamos. A Mãe Igreja o sabe!

Bem, estes eram os pensamentos que queria dizer pra vocês hoje: vejamos na Igreja uma boa mãe que nos indica o caminho a percorrer na vida, que sabe ser sempre paciente, misericordiosa, compreensiva e que sabe colocar-nos nas mãos de Deus.
Fonte: ZENIT


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Não há perdão fora da Igreja

É como a viúva que sabe que os seus filhos são seus e deve defendê-los e levá-los ao encontro com o Esposo disse o Papa Francisco em sua homilia na Santa Marta
Por Luca Marcolivio

CIDADE DO VATICANO, 17 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - A figura da viúva de Naim é um ícone de "viuvez" da Igreja que busca o encontro com o Senhor. Afirmou o papa Francisco durante a homilia desta manhã em Santa Marta.

Inspirado pelo Evangelho de hoje (cf. Lc 7,11-17), o Pontífice destacou que“Jesus tem a capacidade de sofrer connosco de estar próximo de nós nos nossos sofrimentos fazendo-os seus”.

A viúva de Naim, além de seu marido, tinha perdido um filho e por esta razão, Jesus, em consideração a marginalização e a miséria das viúvas que viviam naquele tempo, mostra "grande compaixão" e um "amor especial".

A Igreja é em certo sentido “é viúva” enquanto seu “Esposo se foi e ela caminha na história, na esperança de encontrá-lo, de se encontrar com Ele. E ela será a esposa definitiva", comentou o Papa.

Em sua viuvez, no entanto, a Igreja se mostra “corajosa" e defende seus filhos "como a viúva que foi ao juiz corrupto para "defendê-los" e acabou vencendo”.

Outra viúva ilustre da narrativa bíblica, lembrou Francisco, é a mãe macabeia de sete crianças que são martirizadas por não renunciar a Deus. Esta falava para eles "no dialeto local, na primeira língua", bem como no dialeto nos fala a Igreja: o dialeto, observou o Papa, é a "linguagem da verdadeira ortodoxia" e do "catecismo", que nos dá força "na luta contra o mal".

Em sua viuvez, a Igreja está sempre em movimento, em busca de seu Esposo e "quando é fiel, sabe chorar", especialmente por seus filhos e reza por eles. No entanto, o Senhor diz: "Não chores. Eu estou contigo, eu acompanho-te, eu espero-te lá, nas nupcias, nas últimas núpcias, aquelas do cordeiro. Pára, este teu filho que estava morto, agora vive!”.

Da mesma forma Jesus faz quando, como acontece com o garoto Naim, nos levanta do nosso leito de morte que, em primeiro lugar, é a morte para o pecado. Em seguida, "nos dá o perdão" e "nos dá novamente a vida", Jesus nos restitui à nossa mãe.

O sacerdote, também, quando nos dá a absolvição, após a confissão "nos restitui à nossa mãe". “É ali que acaba a reconciliação, porque não há caminho de vida, não há perdão, não há reconciliação fora da mãe Igreja”,disse o Papa.


 Fico com vontade de pedir ao Senhor a graça de ser sempre confiante nesta mãe que nos defende, nos ensina, faz-nos crescer”,concluiu o Santo Padre.

Fonte: ZENIT

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PADRE É IMPEDIDO DE CONCEDER O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS NO HOSPITAL DOM MOURA.

Do Blog de Roberto Almeida

EXCLUSIVO - Aconteceu na manhã de sábado, dia 14, um episódio lamentável no Hospital Regional Dom Moura. Um padre da cidade de Garanhuns, chamado pela família para prestar assistência religiosa a um paciente da UIT do HRDM foi impedido de entrar. O bispo Diocesano, Dom Fernando Guimarães, informado do ocorrido, foi pessoalmente à unidade de saúde e também a ele foi negado acesso ao enfermo. A Diocese pretende ir à Justiça por conta do ato arbitrário.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 garante o direito à assistência religiosa aos cidadãos que estiverem em locais de internação coletiva, conforme o artigo 5º, inciso VII: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”. Inclusive há uma lei federal de 14 de julho de 2000, que dispõe sobre esse inciso constitucional. Segundo a Lei nº 9.982/2000, artigo 1º, a assistência religiosa prevista na Constituição Federal compreende o seguinte:

“Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos civis e militares, para dar atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com familiares em caso de doentes que não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais”.

Observe-se que não é o Estado brasileiro o responsável pela prestação de serviço religioso, mas é a Igreja e os representantes habilitados das diversas religiões.

O direito de receber assistência religiosa, portanto, está destinado às pessoas que se encontram confinadas em alguma entidade civil ou militar de internação coletiva, tais como instituições asilares, presídios, abrigos e internatos de crianças e adolescentes e entidades militares onde haja pessoal internado sem acesso a liberdade.

Todas as pessoas que se encontram asiladas por quaisquer motivos, em algum lugar fechado poderão receber, se assim o desejarem,  a visita de representantes habilitados da Igreja ou de cultos da religião ou doutrina que professem.

O Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado na Cidade do Vaticano em 13 de novembro de 2008 e ratificado pelo Congresso Nacional em 2009, no seu artigo 8º, dispõe o seguinte:
“A Igreja Católica, em vista do bem comum da sociedade brasileira, especialmente dos cidadãos mais necessitados, compromete-se, observadas as exigências da lei, a dar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde, de assistência social, de educação ou similar, ou detidos em estabelecimento prisional ou similar, observadas as normas de cada estabelecimento, e que, por essa razão, estejam impedidos de exercer em condições normais a prática religiosa e a requeiram. A República Federativa do Brasil garante à Igreja Católica o direito de exercer este serviço, inerente à sua própria missão”.

A Igreja Católica tem o dever e o direito de prestar assistência espiritual aos internados em estabelecimentos de saúde e o Estado brasileiro reconhece e garante esse direito e, consequentemente, o direito do paciente em receber assistência religiosa.


O Blog conseguiu apurar que foi uma médica, responsável pela UTI do Hospital Dom Moura, que impediu o padre e depois o bispo de dar a extrema unção ao paciente que se encontra numa situação muito delicada. Os religiosos foram chamados pela família, que professa a fé católica. A atitude da profissional de saúde, proibindo um sacerdote de cumprir seu dever missionário e negando ao paciente e seus parentes o conforto da palavra do representante de Deus é um completo absurdo. Uma atitude estreita e impensada que em nada contribuiu com a combalida imagem da unidade de saúde estadual.

Por sinal estamos informados que ontem mesmo o ocorrido no Dom Moura chegou ao conhecimento das autoridades estaduais. Alguma medida deve ser anunciada pelo Governo para que casos como esse não se repitam.

Do Blog de Roberto Almeida

            Isso é uma vergonha! Visto que o nosso Bispo Dom Fernando foi um dos maiores incentivadores entre nós os padre, para da uma assistência aos Hospitais da nossa cidade. Inclusive no Hospital Dom Moura vinha acontecendo na Capela Missas semanais, só pararam de acontecer depois de iniciada à reforma, a capela foi transformada em escritório, “de forma provisória segundo a direção”. Pe. Émerson.




quarta-feira, 11 de setembro de 2013


Jesus nos mostra a relação entre Ele e a Igreja como uma boda

Em Santa Marta, o santo padre falou sobre a alegria de ser cristãos e da tentação de colocar a novidade do evangelho em odres velhos
Por Redacao

ROMA, 06 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O matrimônio ou a tentação de jogar a novidade do Evangelho em odres velhos. Estas são algumas das ideias que estiveram no centro da homilia do Papa Francisco em Santa Marta hoje.

"Quando o esposo está, não é possível jejuar, não é possível ficar tristes”, lembrou o santo padre. Falando sobre o Evangelho de hoje, sublinhou também que o Senhor retorna muitas vezes sobre esta imagem do esposo. Jesus, disse, nos faz ver a relação entre Ele e a Igreja como um casamento. “Eu acho que esta é precisamente a razão mais profunda pela qual a Igreja custodia tanto o sacramento do matrimônio e o chama Grande Sacramento, porque é precisamente a imagem da união de Cristo com a Igreja”.

Por isso Francisco destacou principalmente duas atitudes que o cristão deveria ter nestas bodas: principalmente “a alegria, porque é uma grande festa”. Explicou que “o cristão é fundamentalmente alegre. E por isso ao final do Evangelho, quando levam o vinho, quando fala do vinho, me faz pensar nas bodas de Caná: e por isso Jesus fez esse milagre; por isso Nossa Senhora, quando se deu conta de que não tinha mais vinho, porque se não tem mais vinho não tem festa... pensava que ia terminar as bodas bebendo chá ou suco: isso não daria certo... é festa e a Virgem pede o milagre. E a vida cristã é assim. A vida cristã tem esta atitude alegre, alegre de coração”.

Da mesma forma, destacou o Papa, há momentos de cruz, momentos de dor, “mas sempre há essa paz profunda da alegria, porque a vida cristã é vivida como uma festa, como as bodas de Jesus com a Igreja”.

A segunda atitude que o cristão deve ter, encontra-se na parábola das bodas do filho do rei. Explicou o Papa: “Pensamos: ‘mas, padre, como é que isso é possível?’ Foram encontrados nos becos das ruas e lhes pedem ir com vestido de festa? Isso não funciona... O que significa isso? É muito simples! Deus somente nos pede uma coisa para entrar nesta festa: a totalidade. O esposo é o mais importante, o esposo preenche tudo!"

Sobre a figura de Jesus,  Francisco acrescentou que é também a cabeça do Corpo da Igreja; Ele é o princípio. E Deus lhe deu a plenitude, a totalidade, pois nele todas as coisas se reconciliam.

E o Papa insistiu, que se a primeira atitude é a festa a segunda é reconhecê-lo como o Único. Também lembrou que não se pode servir a dois senhores: ou se serve a Deus ou se serve ao mundo.

Finalizando falou sobre a tentação de colocar o vinho novo em odres velhos; “Os odres velhos não podem carregar o vinho novo. E a novidade do Evangelho. Jesus é o esposo, o esposo que se casa com a Igreja, o esposo que ama a Igreja, que dá a sua vida pela Igreja".

E para concluir lembra que se “temos algo que não é Dele, arrepender-se, pedir perdão e avante. Que o Senhor nos dê, a todos nós, a graça de ter sempre esta alegria, como se fôssemos à um casamento. E também ter esta fidelidade que o único esposo é o Senhor”.


Traduzido por Thácio Siqueira

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A língua e as fofocas: armas cotidianas que matam os irmãos

Na primeira missa em Santa Marta depois das férias, o papa Francisco adverte contra a inveja que o diabo semeia no coração para destruir comunidades e famílias
Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 02 de Setembro de 2013 (Zenit.org) - O verão europeu termina e o papa Francisco volta a deliciar o mundo com as suas homilias matutinas na Casa Santa Marta. Hoje, na primeira missa após as férias de verão, o Santo Padre tratou de um tema que mais de uma vez já tinha proposto no altar da capela: as murmurações contra o próximo, o ódio, as invejas, tudo o que “mata” o outro e afasta de Deus.

A reflexão do papa partiu do evangelho do dia, em que Lucas narra o encontro de Jesus com os habitantes de Nazaré, seus conterrâneos. Eles, disse o papa, escutam com admiração as palavras do Messias, mas não estão convencidos delas a fundo, porque esperam algo diferente dele: "Queriam um milagre, queriam ver o show" para acreditar. É por isso que Cristo os acusa de não terem fé. “E eles se irritam. Eles se levantam e empurram Jesus até a montanha para jogá-lo lá de cima, para matá-lo”.

“Vejam como a coisa mudou”, observa Bergoglio. “Eles começaram com beleza, com admiração, e quase terminaram com um crime, querendo matar Jesus”. Tudo por inveja. Esta "não é uma coisa que aconteceu há 2.000 anos", mas que "acontece todos os dias em nossos corações, em nossas comunidades. Quando dizem, numa comunidade, ‘ah, que boa pessoa essa que veio para cá’, falam bem dela no primeiro dia, no segundo nem tanto e no terceiro já começam a fofoca e no fim a expulsam".

Portanto, "aqueles que numa comunidade falam mal dos irmãos, dos membros da comunidade", devem saber que "desejam matar" o seu irmão, do mesmo modo que os habitantes de Nazaré queriam matar Jesus, disse o Santo Padre. E, ecoando as palavras do apóstolo João, no capítulo III da sua primeira carta, Francisco prosseguiu: "Quem odeia o seu irmão no seu coração, é um assassino".

"Estamos acostumados a falar, a fofocar", comentou Francisco, acrescentando: "Mas quantas vezes as nossas comunidades, a nossa família, são um inferno por causa desse crime de matar o irmão, a irmã, com a língua!". Toda uma comunidade, uma família, pode ser "destruída" por essa inveja "que semeia o diabo no coração e faz um falar mal do outro", advertiu Bergoglio. "A língua e a fofoca podem aniquilar o outro tanto quanto uma arma. Nestes dias, em que falamos tanto da paz e vemos as vítimas das armas, temos que nos preocupar também com essas armas de todos os dias".

"Cada comunidade tem de viver com o Senhor e ser como o céu". Para isto, para que "a paz esteja numa comunidade, numa família, num país, no mundo, temos que estar com o Senhor". Porque "onde está o Senhor não há inveja, não há crime, ódio, ciúme. Há fraternidade".

Como exortação final, o papa pediu que todos roguem a Deus a graça de "nunca matar o próximo com a língua, de estar com o Senhor como estaremos no céu".

Fonte: ZENIT