SÃO BARNABÉ, APÓSTOLO
Era natural da ilha de
Chipre e foi um dos primeiros fiéis de Jerusalém. Pregou o Evangelho em
Antioquia e acompanhou São Paulo em sua primeira viagem apostólica. Tomou parte
no Concílio de Jerusalém. Voltando à sua pátria para pregar o Evangelho, aí morreu.
Dos Tratados sobre o
Evangelho de São Mateus, de São Cromácio, bispo
(Tract. 5,1.3-4: CCL
9,405-407)
(Séc. IV)
Vós sois a luz do mundo
Vós sois a luz do mundo. Não
pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma
lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela
brilha para todos os que estão em casa (Mt 5,14-15). O Senhor chamou seus
discípulos de sal da terra, porque eles deviam dar um novo sabor, por meio da
sabedoria celeste, aos corações dos homens que o demônio tornara insensatos. E
também os chamou de luz do mundo porque, iluminados por ele, verdadeira e
eterna luz, tornaram-se também eles luz que brilha nas trevas.
O Senhor é o sol da justiça;
é, por conseguinte, com toda razão que chama seus discípulos luz do mundo; pois
é por meio deles que irradia sobre o mundo inteiro a luz do seu próprio
conhecimento. Com efeito, eles afugentaram dos corações dos homens as trevas do
erro, manifestando a luz da verdade.
Iluminados por eles, também
nós passamos das trevas para a luz, como afirma o Apóstolo: Outrora éreis
trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz (Ef 5,8). E
noutra passagem: Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da
noite nem das trevas (1Ts 5,5).
Com razão diz também São
João numa epístola sua: Deus é luz (1Jo 1,5); e quem permanece em Deus está na
luz, da mesma forma como ele próprio está na luz. Portanto, uma vez que temos a
felicidade de estar libertos das trevas do erro, devemos caminhar sempre na
luz, como filhos da luz. A esse propósito, diz ainda o Apóstolo: Vós brilhais
como astros no universo. Conservai com firmeza a palavra da vida (Fl 1,15-16).
Se não procedemos assim, ocultaremos e obscureceremos com o véu da nossa
infidelidade, para prejuízo tanto nosso como dos outros, uma luz tão útil e
necessária. Eis o motivo por que incorreu em merecido castigo aquele servo que,
recebendo o talento para dar juros no céu, preferiu escondê-lo a depositá-lo no
banco.
Assim, aquela lâmpada
resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve sempre brilhar em nós.
Pois temos a lâmpada dos mandamentos de Deus e da graça espiritual a que se
refere Davi: Vosso mandamento é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada em
meu caminho (cf. Sl 118,105). E Salomão também diz acerca dela: O preceito da
lei é uma lâmpada (cf. Pr 6,23).
Por isso, não devemos
ocultar esta lâmpada da lei e da fé, mas colocá-la sempre no candelabro da
Igreja para a salvação de todos. Então gozaremos da luz da própria verdade e
serão iluminados todos os que creem.
Fonte: Liturgia das Horas.
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