Oremos pelas vítimas da loucura da guerra!
Papa Francisco condena a
guerra: "suicídio da humanidade, porque mata o coração e mata o amor"
Por Antonio Gaspari
ROMA, 03 de Junho de 2013
(Zenit.org) - "Vamos rezar hoje pelos nossos mortos, pelos nossos feridos,
pelas vítimas da loucura que é a guerra! É o suicídio da humanidade, porque ela
mata o coração, ela nos mata bem lá onde está a mensagem do Senhor; ela mata o
amor! Porque a guerra vem do ódio, da inveja, da vontade de poder, daquele afã
de mais poder".
O papa Francisco fez estas
afirmações durante a homilia da missa celebrada na capela de Santa Marta, no
Vaticano, em presença de cerca de 80 pessoas. O ordinário militar italiano, dom
Vincenzo Pelvi, concelebrou a cerimônia. Participavam da missa os familiares,
especialmente os pais, de soldados italianos mortos em missões de paz ao longo
dos últimos cinco anos, particularmente no Afeganistão. Também estavam
presentes alguns soldados que saíram feridos das mesmas missões, acompanhados
de parentes, bem como alguns capelães e duas pessoas que coordenam os encontros
com os feridos e com as famílias dos soldados mortos. Os encontros são
promovidos pelo ordinariato militar para prestar ajuda, em espírito cristão, a
fim de aliviar o sofrimento dessas famílias e sobreviventes.
Em total, participaram 55
familiares de 24 soldados que morreram. Os soldados feridos presentes na
celebração eram treze. Os participantes provinham de várias regiões italianas.
A oração do papa se voltou naturalmente a todos os mortos e feridos pela causa
da paz.
De acordo com a Rádio
Vaticano, a breve saudação inicial de dom Pelvi explicou que a Itália celebra
em 2 de junho o seu Dia Nacional com o objetivo de expressar "uma dívida
de amor com a família militar".
Baseando-se no episódio do
centurião que pede a cura do seu servo (Lucas 7,1-10), o papa explicou que
"o nosso Deus ouve as orações de todos, não como se fossem anônimos, mas
as orações de todos e de cada um. Nosso Deus é o Deus do grande e o Deus do
pequeno. O nosso Deus é pessoal, escuta a todos com o coração e ama de
coração".
A respeito dos conflitos e
das guerras, o papa Francisco afirmou que "já vimos muitas vezes que os
problemas locais, os problemas econômicos, as crises econômicas, os grandes da
terra querem resolver com a guerra. Por quê? Porque o dinheiro é mais
importante do que as pessoas para eles! E a guerra é precisamente isto: é um
ato de fé no dinheiro, nos ídolos, nos ídolos do ódio, no ídolo que leva a
matar o irmão, que leva a matar o amor".
O bispo de Roma recordou as
palavras de Deus, que pergunta: "Caim, onde está o teu irmão?". E
acrescentou: "Hoje, nós podemos ouvir esta voz: é o nosso Pai Deus que
está chorando, chorando por causa desta nossa loucura; que pergunta a todos
nós: ‘Onde está o teu irmão?’; que pergunta a todos os poderosos da terra:
‘Onde é que está o vosso irmão? O que foi que fizestes?’".
Neste contexto, Francisco
fez um apelo a rezar para Deus pedindo que ele "nos afaste de todo o mal
(...), mesmo com lágrimas, com as lágrimas do coração". E sugeriu uma prece:
"Volta-te para nós, Senhor, tem piedade de nós, porque estamos tristes,
estamos angustiados. Olha para a nossa miséria e para a nossa dor e perdoa-nos
todos os nossos pecados”. “Porque por trás de uma guerra estão sempre os
pecados: o pecado da idolatria, o pecado da exploração dos homens no altar do
poder, o sacrifício das pessoas. Volta-te para nós, Senhor, e tem compaixão,
porque estamos tristes e angustiados. Olha para a nossa miséria e para a nossa
dor. Estamos certos de que nosso Senhor nos ouvirá e fará tudo para nos dar o
espírito de consolação. Que assim seja".
No final da missa, foi
recitada a "Oração pela Itália", composta pelo beato João Paulo II em
15 de março de 1994.Depois,como de costume, Francisco cumprimentou uma por uma
todas as pessoas presentes na missa, com grande cordialidade e afeto. Todo o
encontro durou menos de uma hora e meia. A celebração foi acompanhada pelos
cantos do coro da Capela Giulia.
A comunidade eclesial do
Ordinariato Militar ofereceu como presente ao papa uma bela peça de artesanato
napolitano em terracota, feita pelos artistas Raffaele, Salvatore e Emanuele
Scuoto. A imagem, de 50x40 cm, representa São José Operário mostrando as
ferramentas de carpinteiro para o Menino Jesus, que segura numa cesta os
objetos-símbolo da crucificação: pregos, martelo e alicates.
Fonte: ZENIT
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