“Conhecereis a verdade e Ela
vos libertará” (Jo 8,32).
Há muito tempo venho assistindo e acompanhando a grande
luta que é travada no Congresso Nacional que visa uma reviravolta nas
estruturas de investigação do nosso país. A PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional)
visa, sobretudo, frear o Mistério Público (Promotores (as)) quando se trata de
investigações, trazendo em seu conteúdo que é papel exclusivo da polícia o
poder investigativo. Aqui pra nós! Enquanto os nossos lutadores e incansáveis
delegados forem transferidos, removidos e por sinal, muito mal pagos na maioria
dos Estados do nosso Brasil, está claro que isto não vai funcionar e é uma
tentativa mais uma vez de querer jogar fora mais um meio democrático e livre de
poder de investigar do Ministério Público.
Ora,
não seria a hora de rever o papel dos nossos delegados, buscando uma valoração
maior, bem como dos investigadores, buscando um meio de fortalecer ainda mais
esta união entre Ministério Público e polícia em vista de investigações livres
de manipulação politica, na tentativa de elucidar os mais bárbaros crimes que
todos os dias vemos acontecer em nosso território brasileiro? Mas ao que vemos
se está travando uma luta de poder, quem pode e quem não pode. Mas qual o
interesse disso? Quem verdadeiramente está interessado nesta PEC? Delegados,
Ministério Público, ou quem não está aguentando a pressão da democracia que
traz em seu poder, conquistar o direito de todos e a liberdade, inclusive
quando se trata de trazer à tona todos os tipos de crimes, sobretudo os contra
o erário público, que chega a clamar aos céus. São milhares de pessoas que
morrem neste país sem assistência médica, ou tantos outros direitos.
A
discursão, penso, deveria ser justamente sobre um ponto comum de entendimento
entre investigadores livres do poder político e do Mistério Público, visto
serem dois órgãos imprescindíveis a um Estado democrático de direito. Ambos
podem e devem investigar, visto que a denúncia cabe ao Ministério Público, que
tem sim a prerrogativa de pedir novas diligências, bem como, no meu
entendimento, podendo também investigar aquilo que no seu entendimento ainda
não está muito claro. Não é o Ministério Público o fiscal do Estado?
A
quem realmente interessa que a verdade não venha à luz? Quem tem medo da
verdade. O pai da mentira é o diabo (Jo 8,48), é ele o divisor, o tempo inteiro
está a nos perturbar, trabalhando para nos levar pelos caminhos da mentira.
A
verdade neste país já foi muito escondida e escamoteada pelas estruturas
falsarias, que numa tentativa de colocar sobre a luz uma bacia, para que
vejamos um mundo sem luz, os mais escabrosos crimes contra o cidadão, que paga
seus impostos tem clamado aos céus.
Com
certeza há quem esteja pensando o que um padre pode entender disto. Ora, sou
padre, sou cidadão brasileiro e não posso me esquivar diante de uma tentativa
clara de mais uma vez neste país se tentar calar um órgão que tem demostrado
que pode sim, ajudar a trazer a verdade à tona.
Ministério
Público e polícia têm papel belo na sociedade e estes não devem se digladiar em
vista de uma luta por quem pode mais, mas lutarem juntos para fazer valer a
justiça neste país, bem como na conquista dos seus direitos como contribuintes
e asseguradores da ordem pública e da beleza da democracia que só tem
enriquecido a nossa nação.
“Conhecereis
a verdade e Ela vos libertará disse Jesus” (Jo 8,32).
Fiel no pouco!
Pe. José Émerson
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