quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FIM DO MUNDO
 
            Nos últimos dias com a divulgação de algumas “profecias” ou seria melhor chamar devaneios da cabeça de alguns, temos nos deparado com pessoas nos perguntando sobre o fim do mundo. E o pior, já tem ate uma data marcada, o dia 21 do dezembro.
            O que me deixa mais atordoado é que essas pessoas parecem esquecer que somos Cristãos, me explico, somos seguidores de Jesus Cristo, aquele que morreu e ressuscitou e que nos ensinou que um dia viria nos buscar para morar com Ele no céu. Segundo o Evangelho de São Mateus 24,36 nos afirma o próprio Jesus: Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.O mesmo está em Marcos 13,32.
            Ora, se não estou enganado o próprio Jesus nos disse nem Ele saber o dia e hora em que o Senhor virá nos buscar. Outra coisa que me deixa deverás chocado é afirmação de um fim de mundo catastrófico, onde haverá grandes sofrimentos, parece até que a intenção verdadeira dos pregadores é meter medo nas pessoas e o Evangelho que deve ser o anúncio da chegada do Reino de Deus entre nós, Jesus, o Emanuel (que quer dizer Deus conosco) (Jo1,14) se transforma  num verdadeiro terror.
            No mesmo Evangelho de Mateus 24,27 o próprio Jesus nos falando a respeito da sua vinda: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem”. Ao que se ver parece não ser tão assombroso e barulhento assim, pois, será tão rápido quando o relâmpago que saí do oriente e se mostra até o ocidente, muito rápido. Tão simples talvez quanto o seu próprio nascimento. Silencioso ao ponto de numa leitura Paulina para ludibriar a pseudo sabedoria humana e conturbar o saber humano se mostrar de forma muito simples e silenciosa. No entanto deixemos que o próprio Deus faça do jeito que queira.
         O grande problema é que estamos muito preocupados com o fim e acabamos, esquecendo do hoje, do agora! Que tal vivermos intensamente o hoje e deixarmos o dia em que o Senhor virá nos buscar para Ele e somente Ele. Pois às vezes quem pensa muito neste fim termina julgando o outro e esquecendo da sua própria vida!
         Que tal gastarmos nosso valioso tempo e pensamento em projetos que visam o respeito pela pessoa humana. Neste tempo em que nós nordestinos passamos por esta grande seca que já era prevista, e nada se fez para se evitar o caos em que estamos passando, vendo nosso gado morrer de sede e o nosso povo vivendo as custas das bolsas disso ou daquilo, ainda bem que pelo menos elas existem.
         Realmente é fim de mundo para muitos que não mais enxergam um futuro a frente, pois, estão perdendo a esperança! Que tal nós que acreditamos na vida que não tem fim, levar esperança para quem está a beira da morte nas filas dos hospitais, vendo seus filhos mergulhado no mundo da droga e tantas outras situações de morte que estão muitas vezes ao nosso lado e até mesmo em nossos lares. Por fim se o Senhor achar por bem vir, como quiser, hoje, até agora, que seja feita a sua vontade e tudo está muito bom.
         Digo com toda certeza do meu coração não temo o fim, pois, sei em quem coloquei a minha fé e esperança! EM JESUS CRISTO O RESSUCITADO! E VOCÊ?
Pe. José Émerson

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012



"Que o natal não seja só uma festa exterior"

Durante o ângelus dominical, Bento XVI centrou-se nas virtudes de São João Batista

CIDADE DO VATICANO, domingo, 9 de dezembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir as palavras do Papa Bento XVI no ângelus desta manhã. O Santo Padre apareceu às 12hs na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano, cumprimentando os peregrinos e os fieis reunidos na Praça de São Pedro.
Queridos irmãos e irmãs!
No tempo do Advento a liturgia enfatiza, de modo particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. Hoje São Lucas nos apresenta este último, e o faz com características diferentes dos outros Evangelistas. "Todos os quatro Evangelhos colocam no início do ministério de Jesus a figura de João Batista e apresentam-no como o seu precursor. São Lucas colocou antes a conexão entre as duas figuras e as suas respectivas missões [...] Já na concepção e no nascimento, Jesus e João colocaram-se em relação entre si” (A infância de Jesus, 23).
Essa configuração ajuda a entender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurado por Jesus (cf. ibid. 27-28). Lucas também afasta qualquer leitura mítica que às vezes é feita dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: "No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador [...] enquanto eram sumos sacerdotes Anás e Caifás” (Lc 3, 1-2). Dentro deste quadro histórico reside o verdadeiro grande evento, o nascimento de Cristo, que seus contemporâneos não vão perceber. Para Deus os grandes homens da história formam o pano de fundo para os pequenos!
João Batista se define como a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Lc 3, 4). A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, enquanto que é ela mesma que desce sobre João, Filho de Zacarias, no deserto (cf. Lc 3, 2). Ele, então, desempenha um grande papel, mas sempre em relação a Cristo. Santo Agostinho comenta: "João é a voz. Do Senhor ao contrário se diz: "No princípio era o Verbo" (João 1, 1).
João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que existia no princípio. Se tiras a voz da palavra, o que é que resta? Um som fraco. A voz sem palavra atinge o ouvido, mas não edifica o coração” (Sermão 293, 3).
Nosso objetivo é dar hoje ouvido à essa voz para conceder espaço e acolhida no coração à Jesus, Palavra que nos salva. Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus (cf. Lc 3, 6). Na sociedade dos consumos, em que se busca a alegria nas coisas, o Batista nos ensina a viver de uma forma essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira.
À materna intercessão de Maria, Virgem do Advento, confiamos o nosso caminho de encontro com o Senhor que vem, para estarmos prontos para acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, o Deus-conosco.
(Trad.TS)
FONTE: ZENIT.

 

sábado, 8 de dezembro de 2012

NOMEAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS

 
08/12/2012: Nomeaçoes e transferencias para 2013

O Bispo Diocesano de Garanhuns, Dom Fernando Guimarães, tendo em vista a utilidade pastoral dos fieis da Diocese, determinou as seguintes transferências e nomeações, que terão efeito a partir de janeiro de 2013:

- Águas Belas, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição: Uso de Ordens para o Rev.mo Diácono Alaércio de Lima Nazário, que passa a fazer parte da Equipe Pastoral da Paróquia

- Bom Conselho, Paróquia de Jesus, Maria e José: é nomeado Pároco o Revmo Padre Marcelo Protázio Alves, transferido do ofício paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Quipapá. Uso de Ordens ao Revmo. Diácono Pedro Ferreira Sobrinho, que passará a fazer parte da Equipe Pastoral da Paróquia

- Bom Conselho, Paróquia de Santa Isabel da Hungria, no Distrito de Rainha Isabel: é nomeado Pároco o Revmo. Padre José Nivaldo Alves da Silva, transferido do ofício paroquial de São Luiz Gonzaga de Paranatama

- Brejão, Paróquia da Santa Cruz: é nomeado Pároco o Revmo. Padre José Gomes da Silva (Frei Zito), transferido do ofício paroquial de São Caetano de Caetés. É nomeado Vigário Paroquial o Revmo. Padre José Hilton Ferreira

- Caetés, Paróquia de São Caetano: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Clóvis Soares da Silva (Padre Lourenço), transferido do ofício paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Lagoa do Ouro

- Garanhuns, Paróquia do Sagrado Coração de Jesus: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Roberto Bezerra da Rocha Junior, transferido do ofício paroquial de Santa Isabel da Hungria de Rainha Isabel. Uso de Ordens ao Revmo. Diácono Adriano Barbosa dos Santos, que passará a fazer parte da Equipe Pastoral da Paróquia

- Garanhuns, Paróquia de Santa Teresa do Menino Jesus: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Poul Anderson Silva de Melo, até agora Administrador Paroquial da mesma Paróquia

- Iati, Paróquia de São Paulo Apóstolo: é nomeado Pároco o Revmo. Padre João Delong, transferido do ofício paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Jurema

- Jurema, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição: é nomeado Pároco o Revmo. Monsenhor Nelson Brito da Silva, transferido do ofício paroquial de Jesus, Maria e José de Bom Conselho

- Lagoa do Ouro, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Dorgival Nicácio de Araújo, transferido do ofício paroquial de São Paulo Apóstolo, de Iati

- Lajedo, Paróquia de Santo Antônio: é nomeado Vigário Paroquial o Revmo. Padre Jeová Ribeiro Faustino, transferido do ofício paroquial do Sagrado Coração de Jesus, de Garanhuns. Uso de Ordens para o Revmo. Diácono Danilo Ferreira da Silva, que passa a fazer parte da Equipe Pastoral da Paróquia

- Palmeirina, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Antônio Elias dos Santos Filho, até agora Administrador Paroquial da mesma Paróquia

- Paranatama, Paróquia de São Luiz Gonzaga: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Marcos André Ferreira Gomes, transferido do ofício de vigário paroquial de Santo Antônio de Lajedo

- Quipapá, Paróquia de Nossa Senhora da Conceição: é nomeado Pároco o Revmo. Padre Josenildo Bizerra da Silva, transferido do ofício paroquial de Santa Cruz de Brejão
Observações:
As nomeações de Pároco são efetuadas por seis anos, conforme a norma canônica própria do Brasil. As demais nomeações são "ad nutum Episcopi", ou seja, permanecem à disponibilidade do Bispo Diocesano).
As posses serão feitas, em data a determinar, nos meses de janeiro-fevereiro de 2013.
Rezemos pelos nossos Sacerdotes, para que desempenhem, com alegria e fidelidade, as novas funções que a Providência Divina lhes confiou.
Pascom.
FONTE: SITE DIOCESE DE GARANHUNS.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"DEIXAR-SE PRENDER PELA VERDADE QUE É DEUS"
Catequese de Bento XVI : O Ano da fé. Deus revela o seu grande desígnio de benevolência
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 05 de dezembro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a seguir a cataquese de Bento XVI intitulada -O Ano da fé. Deus revela o seu grande desígnio de benevolência- realizada nesta quarta-feira durante a Audiência Geral na Sala Paulo VI.
Queridos irmãos e irmãs,
No início de sua Carta aos cristãos de Efésios (cfr 1, 3-14), o apóstolo Paulo eleva uma oração de louvor a Deus, Pai de Senhor Nosso Jesus Cristo, que nos introduz a viver o tempo do Advento, no contexto do Ano da Fé. Tema deste hino de louvor é o projeto de Deus para o homem, definido com termos plenos de alegria, de admiração e de gratidão, como um “desígnio de benevolência” (v.9), de misericórdia e de amor. 
Por que o Apóstolo eleva a Deus, do fundo do seu coração, este agradecimento? Porque olha para seu agir na história da salvação, culminado na encarnação, morte e ressurreição de Jesus, e contempla como o Pai celeste nos tenha escolhido antes mesmo da criação do mundo, para sermos seus filhos adotivos, no seu Filho Unigênito, Jesus Cristo (cfr Rm 8,14s.; Gal 4,4s.). Existimos, desde a eternidade em Deus, em um grande projeto que Deus tem mantido em si mesmo e que decidiu implementar e revelar “na plenitude dos tempos” (cfr Ef 1,10). São Paulo nos faz compreender, então, como toda a criação e, em particular, o homem e a mulher não são frutos do acaso, mas respondem a um desígnio de benevolência da razão eterna de Deus que com o poder criador e redentor da sua Palavra dá origem ao mundo. Esta primeira afirmação nos recorda que a nossa vocação não é simplesmente existir no mundo, estar inserido em uma história, e nem somente ser criatura de Deus; é alguma coisa maior: é ser escolhido por Deus, mesmo antes da criação do mundo, no Filho, Jesus Cristo. Nele, então, nós existimos, por assim dizer, desde sempre. Deus nos contempla em Cristo, como filhos adotivos. O “desígnio de benevolência” de Deus, que vem qualificado pelo Apóstolo Paulo também como “desígnio de amor” (Ef 1,5), é definido “o mistério” da vontade divina (v. 9), escondido e ora manifestado na Pessoa e na obra de Cristo. A iniciativa divina antecede cada resposta humana: é um dom gratuito de seu amor que nos envolve e nos transforma. 
Mas qual é o objetivo último deste desígnio misterioso? Qual é o centro da vontade de Deus? É aquele – nos diz São Paulo – de “reunir em Cristo” (v. 10). Nesta expressão encontramos uma das formulações centrais do Novo Testamento que nos faz compreender o desígnio de Deus, o seu projeto de amor para toda a humanidade, uma formulação que, no segundo século, Santo Irineu di Lione colocou como núcleo da sua cristologia: “recapitular” toda a realidade em Cristo. Talvez alguns de vós se recordam da fórmula usada pelo Papa São Pio X para a consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus: “Estabelecer todas as coisas em Cristo”, fórmula que se refere a esta expressão paulina e que era também o lema deste Pontífice. O Apóstolo, porém, fala mais precisamente da recapitulação do universo em Cristo, e isso significa que no grande desígnio da criação e da história, Cristo permanece como o dentro de todo o caminho do mundo, a espinha dorsal de tudo, que atrai para Si toda a realidade, para superar a dispersão e o limite e conduzir tudo à plenitude desejada por Deus (cfr Ef 1,23).
Este “desígnio de benevolência” não tem permanecido, por assim dizer, no silêncio de Deus, na altura de seu Céu, mas Ele o fez conhecer entrando em relação com o homem, ao qual não revelou só algo, mas a Si mesmo. Ele não comunicou simplesmente um conjunto de verdade, mas se autocomunicou a nós, até ser um de nós, a encarnar-se. O Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Apostólica dogmática Dei Verbum diz: “Quis Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar a si mesmo [não somente algo de si, mas a si mesmo] e fazer conhecer o mistério da sua vontade, mediante o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo feito carne, no Espírito Santo, tiveram acesso ao Pai e tornaram-se, assim, participantes da natureza divina” (n. 2). Deus não só diz qualquer coisa, mas Si comunica, nos atrai para a natureza divina de forma que nós estamos envolvidos nela, divinizados. Deus revela o seu grande desígnio de amor entrando em relação com o homem, aproximando-se dele até o ponto de fazer-se Ele mesmo homem. O Concílio continua: “O Deus invisível no seu grande amor fala aos homens como aos amigos (cfr Es 33,11; Gv 15,14-15) e vive entre esses (cfr Bar 3,38) para convidá-los e levá-los à comunhão consigo” (ibidem). Apenas com a inteligência e as suas habilidades o homem não poderia ter chegado a esta revelação tão brilhante do amor de Deus; foi Deus que abriu o seu Céu e se abaixou para conduzir o homem ao abismo de seu amor. 
Ainda São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos  ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus” (2,9-10). E São João Crisóstomo, em uma célebre obra de comentário do início da Carta aos Efésios, convida a apreciar toda a beleza desse “desígnio de benevolência” de Deus revelado em Cristo, com estas palavras: “O que te falta? Tu te tornastes imortal, te tornastes livre, te tornastes filho, te tornastes justo, te tornastes irmãos, te tornastes co-herdeiro, com Cristo reinas, com Cristo és glorificado. Tudo nos foi doado e – como está escrito – ‘como não nos dará cada coisa junto com ele?” (Rm 8,32). Tuas primícias (cfr 1 Cor 15,20.23) foram adorados pelos anjos [...]: o que te falta?” (PG 62,11).
Esta comunhão em Cristo por obra do Espírito Santo, oferecida por Deus a todos os homens com a luz da Revelação, não é algo que se sobrepõe com a nossa humanidade, mas é o cumprimento das aspirações mais profundas, daquele desejo de infinito e de plenitude que habita no íntimo do ser humano, e o abre a uma felicidade não momentânea e limitada, mas eterna. São Boaventura de Bagnoregio, referindo-se a Deus que se revela e nos fala por meio das Escrituras para conduzir-nos a Ele, afirma assim: “A sagrada Escritura é [...] o livro no qual estão escritas palavras de vida eterna para que, não só acreditemos, mas também possuamos a vida eterna, na qual veremos, amaremos e serão realizados todos os nossos desejos” (Breviloquium, Prol.; Opera Omnia V, 201s.). Finalmente, o beato João Paulo II recordava que “a Revelação coloca na história um ponto de referência do qual o homem não pode prescindir, se quer chegar a compreender o mistério da sua existência; por outro lado, porém, este conhecimento remete constantemente para o mistério de Deus, que a mente não pode esgotar, mas só acolher na fé” (Enc. Fides et ratio, 14). 
Nesta perspectiva, o que é então o ato da fé? É a resposta do homem à Revelação de Deus, que se faz conhecer, que manifesta o seu desígnio de benevolência; é, para usar uma expressão agostiniana, deixar-se prender pela Verdade que é Deus, uma Verdade que é Amor. Por isto São Paulo salienta como a Deus, que revelou o seu mistério, deve-se “a obediência da fé” (Rm 16,26; cfr 1,5; 2 Cor 10, 5-6), a atitude com a qual “o homem livremente se abandona inteiro a Ele, prestando a plena adesão do intelecto e da vontade a Deus que revela e assentindo voluntariamente à revelação que Ele dá” (Cost dogm. Dei Verbum, 5). Tudo isso leva a uma mudança fundamental do modo de relacionar-se com toda a realidade; tudo aparece em uma nova luz, trata-se então de uma verdadeira “conversão”, fé é uma “mudança de mentalidade”, porque o Deus que se revelou em Cristo e fez conhecer o seu desígnio de amor, nos prende, nos atrai para Si, transforma o sentido que sustenta a vida, a rocha sobre a qual essa pode encontrar estabilidade. No Antigo Testamento encontramos uma densa expressão sobre a fé, que Deus confia ao profeta Isaías a fim de que a comunique ao rei de Judá, Acaz. Deus afirma: “Se não crerdes – isto é, se não vos mantiver fiéis a Deus – não subsistireis” (Is 7,9b). Existe então uma ligação entre o estar e o compreender, que exprime bem como a fé seja um acolher na vida a visão de Deus sobre a realidade, deixar que seja Deus a conduzir-nos com a sua Palavra e os Sacramentos no entender o que devemos fazer, qual é o caminho que devemos percorrer, como viver. Ao mesmo tempo, porém, é o próprio compreender segundo Deus, o ver com os seus olhos que faz sólida a vida, que nos permite de “estar em pé”, de não cair. 
Queridos amigos, o Advento, o tempo litúrgico que apenas começamos e que nos prepara ao Santo Natal, nos coloca diante do luminoso mistério da vinda do Filho de Deus, ao grande “desígnio de benevolência” com o qual Ele quer atrair-nos para Si, para fazer-nos viver em plena comunhão de alegria e de paz com Ele. O Advento nos convida, mais uma vez, em meio a tantas dificuldades, a renovar a certeza de que Deus é presente: Ele entrou no mundo, fazendo-se homem como nós, para trazer a plenitude do seu plano de amor. E Deus pede que também nós nos tornemos sinal da sua ação no mundo. Através da nossa fé, da nossa esperança, da nossa caridade, Ele quer entrar no mundo sempre de novo e quer sempre de novo fazer resplandecer a sua luz na nossa noite. 
(Trad.CN Notícias)
FONTE: ZENIT.